segunda-feira, 15 de maio de 2017

Mesopotâmia - 1º A, B, C - Para Resumo - 23 e 24/05

A Civilização Mesopotâmica 


Resultado de imagem para mesopotamia cidade

        A segunda das mais antigas civilizações do mundo foi, provavelmente, a que começou no vale do Tigre e do Eufrates mais ou menos em 3.500 ou 3.000 a.C. Por conveniência, os historiadores se referem a essa civilização como "mesopotâmica", embora seja às vezes o termo Mesopotâmia restringido à parte norte da terra que fica entre os dois rios. A civilização mesopotâmica era completamente diferente da egípcia. Sua história política é assinalada por interrupções bruscas. Sua composição racial era menos homogênea e sua estrutura social e econômica oferecia campo mais largo à iniciativa individual. Talvez fossem mais profundas as diferenças entre os ideais, a religião e as atitudes sociais dos dois povos. 
      A cultura egípcia era predominantemente ética; a mesopotâmica, jurídica. O desprezo dos egípcios pela vida, excetuando-se o período do Médio Império, era geralmente uma atitude de alegre resignação, relativamente liberta de superstições grosseiras. A atitude mesopotâmica, ao contrário, era melancólica, pessimista e inquietada por terrores mórbidos. Enquanto o nativo do Egito acreditava na imortalidade da alma e dedicava grande parte de seus esforços à preparação da vida futura, seu contemporâneo mesopotâmio vivia no presente e olhava com indiferença seu destino no além-túmulo.
         Finalmente, a civilização do vale do Nilo compreendia conceitos de monoteísmo, uma religião de amor e igualdade social; a do TigreEufrates era mais egoísta e desdenhosa. Sua religião raramente ultrapassou o estágio dum politeísmo primitivo e seus ideais de justiça se limitavam em grande parte à observância literal dos termos de um contrato. 


6. O LEGADO MESOPOTÂMICO 

      Não obstante a qualidade relativamente inferior da civilização mesopotâmica, sua influência foi pouco menor que a do Egito. De uma ou de outra das quatro nações mesopotâmicas recebemos um considerável número de nossos elementos culturais mais comuns: o ano de doze meses, a semana de sete dias; o fato de os mostradores de nossos relógios conterem os números de um até doze, correspondentes à divisão caldaica do dia em doze horas duplas; a crença nos horóscopos; a superstição de fazer o plantio de acordo com as fases da lua; os doze signos do zodíaco; o círculo de 360 graus; e o processo aritmético da multiplicação. 
      A influência exercida por eles em várias nações da antiguidade foi ainda mais significativa. Os persas sofreram profundamente a influência da cultura caldaica. Os hititas, que ajudaram os cassitas na destruição dos babilônio mais ou menos em 1.750 a.C., adotaram as tabuletas de argila, a escrita cuneiforme, a epopéia de Gilgamesh e muito da religião da nação que conquistaram. A religião babilônica influenciou também os fenícios, como se evidencia da adoração de Astarte (Istar) e Tamuz. Dos sumerianos ou dos antigos babilônios, os cananeus herdaram grande parte de seu direito e também muitas de suas crenças religiosas. 
      Os principais herdeiros da cultura mesopotâmica foram, porém, os hebreus. Provavelmente já pelas alturas de 1.400 a.C., um de seus patriarcas, Abraão, viveu por algum tempo em Ur, cidade do baixo Eufrates. Numerosos traços mesopotâmicos foram também adquiridos indiretamente, através do contato com os cananeus e com os fenícios. Foi, possivelmente, desse modo que os hebreus se apoderaram das lendas da Criação e do Dilúvio e dum sistema de direito que tinham sua origem última na civilização mesopotâmica. Uma influência ainda maior foi exercida durante o período do Cativeiro, de 586 a 539 a.C. No espaço desses 47 anos os judeus viveram, pela primeira vez, em contato intimo com uma nação rica e poderosa. 
       A despeito do ódio aos opressores, adotaram inconscientemente muitos de seus costumes. Há provas, por exemplo, de que a predileção dos judeus pelo comércio foi adquirida por influência da cultura mercantil da Babilônia. Além disso, muita coisa do simbolismo, pessimismo, fatalismo e demonologia dos caldeus passou para a religião de Judá, corrompendo-a grandemente. As instituições e crenças mesopotâmicas exerceram também sua influência sobre os gregos e os romanos, embora de modo indireto. A filosofia estóica, com suas doutrinas do determinismo e do pessimismo, deve ter refletido esta influência em certa medida, pois seu criador Zenão era semita, provavelmente um fenício. Melhor exemplo duma origem mesopotâmica possivelmente será encontrado em práticas romanas tais como a adivinhação, a adoração de planetas como deuses e o uso do arco e da abóbada. Muitos desses elementos foram introduzidos entre os romanos pelos etruscos, povo de origem asiática ocidental. Outros foram trazidos pelos próprios romanos em conseqüência de suas campanhas militares na Ásia Menor. Comprova-se a existência, ao menos nos últimos séculos da história imperial, de nativos da região mesopotâmica residindo em Roma, pelo fato de usarem os romanos o nome de "caldeu" como sinônimo de "astrólogo" e de recorrerem a eles em numerosas ocasiões, como previsores do futuro. 


Um comentário: