terça-feira, 25 de abril de 2017

Antiguidade - Egito (para resumo - 1º A. B C - 1ªsemana de maio)

A civilização egípcia




A Fase de cultura neolítica chegou ao seu fim, em algumas partes do mundo, pouco depois de 5.000 a.C. Parece ter desaparecido no vale do Nilo antes que em qualquer outro lugar, mas a área banhada pelos rios Tigre e Eufrates não ficou muito atrás. O declínio da cultura neolítica marcou o fim do que chamamos período pré-literário na história do homem. Foi substituido gradualmente por padrões mais complexos de cultura, baseados no conhecimento da escrita e comumente chamados civilizações. Mas a invenção da escrita não foi a única feição distintiva dessa nova ordem. Os instrumentos de pedra foram quase inteiramente suplantados por utensílios de bronze e outros metais. Além disso, calendários foram inventados; a religião, o estado e outras instituições desenvolveram-se em mais alto grau; a arte tornou-se mais refinada e houve avanços consideráveis na ciência e, por fim, no comércio e na indústria. Os progressos em tal terreno parecem ter sido muito rápidos no Egito; não somente isso, senão que também as realizações dos egípcios lançaram os alicerces de grande parte do trabalho de outros povos. É conveniente, portanto, que comecemos o nosso estudo das culturas históricas pelo aparecimento da civilização nas margens do Nilo.


O período pré-dinástico

Uma vez que não houve, até mais ou menos 3.200 a.C., um estado unificado duradouro no vale do Nilo, os séculos que vão de 4.000 a 3.200 são conhecidos como período pré-dinástico. Na parte inicial do período vamos encontrar a região dividida em certo número de cidades-estados ou "nomos", cada um deles independente, embora, é claro, cooperando com os demais quanto aos fins econômicos. Logo após o começo do quarto milênio deu-se uma fusão de estados que levou à formação de dois grandes reinos um ao norte e outro ao sul. Ninguém sabe como ocorreram essas consolidações, mas é possível que se tenham efetuado por acordo voluntário ou aquiescência pacífica ao governo de um soberano capaz. São escassos os indícios de conquista militar. Esses reinos duraram até o fim do período, se bem que pareçam ter estado unidos por breve espaço de tempo, logo depois da sua fundação.

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A compleição racial do Egito pré-dinástico era essencialmente a mesma que se observa em épocas posteriores. Os habitantes pertenciam ao ramo mediterrâneo da raça caucásica. Eram baixos, de tez escura, cabeça alongada, cabelos lisos e pretos, olhos fundos e nariz levemente aquilino. Alguns mostravam traços de cruzamentos negróides e líbios e, possivelmente, de sangue semita ou de outros povos da Ásia Ocidental. 
O período pré-dinástico não foi de nenhum modo insignificante na história cultural do Egito. Houve notáveis progressos nas artes e ofícios, e até mesmo em algumas ciências. Instrumentos, armas e ornamentos eram habilmente confeccionados de pedra, cobre e ouro. Descobriram-se novos processos de acabamento, vidragem e decoração dos artefatos de cerâmica, o que habilitou os egípcios desse período a fazer vasilhas de utilidade e excelência artística não inferior às de quaisquer outras produzidas pelos seus descendentes de época mais adiantada. Outras realizações importantes foram o desenvolvimento de um sistema eficiente de irrigação, o saneamento de terras pantanosas e a confecção de tecidos de linho de qualidade verdadeiramente superior. Mas isso não é tudo. Há testemunhos de que os egípcios do período pré-dinástico desenvolveram um sistema de leis baseado nos costumes, sistema esse cercado de tamanho prestígio que mais tarde se impôs ao próprio faraó. Parece ter também entrado em uso um sistema de escrita. Apesar de nunca se ter encontrado um exemplar de tal escrita, os espécimes que possuímos da Primeira Dinastia são de natureza tão complexa que devem ter-se originado muito tempo antes. Os egípcios desse período inventaram, ainda. o primeiro calendário solar da história do homem. Parece ter-se baseado no reaparecimento anual da estrela Sírius e dividia o ano em doze meses de trinta dias cada um, com cinco dias de festa adicionados ao fim de cada ano. De acordo com o cômputo dos egiptólogos modernos, esse calendário foi posto em vigor por volta de 4.200 a.C. A existência de um calendário exato nessa época prova que a matemática, e possivelmente as demais ciências, já haviam alcançado um grau considerável de desenvolvimento. 


Estrutura política


O primeiro faraó do Egito unificado foi Menés, fase conhecida como "Antigo Império", no qual foram construídas grandes pirâmides - Quéops, Quéfren e Miquerinos.
A fase posterior conhecida como "Médio Império" foi um período marcado pela expansão territorial - os egípcios conquistaram Núbia.

Apesar do grande desenvolvimento, o reino sofria com revoltas internas e guerras, o que acabou por enfraquecê-lo, facilitando a invasão dos hicsos, povo asiático, que governou o Egito por aproximadamente 150 anos (a vitória desse povo aconteceu pelo uso de cavalos e carros de combate, até então desconhecido pelos egípcios).

A última fase política do Egito iniciou após a expulsão dos hicsos é conhecida como "Novo Império". Período marcado por uma política expansionista com a conquista da Síria, Fenícia e Palestina e reconquista da Núbia. Neste momento o governo cobra pesados tributos dos povos conquistados.
A cobrança desses impostos mais o controle de importantes rotas comerciais enriqueceram o faraó, os chefes militares e os sacerdotes.
O restante da população, empobrecida obrigada a servir a infantaria somada às ondas de sublevações dos povos conquistados debilitaram o reino permitindo a invasão do território primeiro pelos núbios, depois pelos assírios e persas. Foi a perda definitiva da autonomia política.
Em 332 a.C. o território foi invadido pelas tropas de Alexandre Magno e incorporado ao Império Macedônico.
Após a morte de Alexandre, o Egito passou a ser governado por Ptolomeu Lago, general de Alexandre dando início a dinastia lágida, que governou por quase trezentos anos. A rainha Cleópatra foi a última governante dessa dinastia antes do domínio romano, em 31 a.C..



A religião egípcia

Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas. 
Os deuses do antigo Egito, foram Faraós que reinaram no período pré dinástico. Assim, os mitos foram inspirados em histórias que aconteceram de verdade, milhares de anos antes. Para a cultura do antigo Egito o casamento consangüíneo tinha o sentido de complementaridade, unir céu e terra, seco e úmido, por essa razão diversos deuses eram irmãos que se casavam entre si.
Osiris foi o primeiro Faraó e, que com o passar do tempo foi divinizado. Seu reinado em vida marcou uma época de prosperidade e ao morrer passou a ser o soberano do reino dos mortos.
Os egípcios representavam os deuses com o corpo formado por parte humana e parte de animal sagrado. Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça de chacal num corpo de ser humano. Faziam rituais e oferendas aos deuses imaginavam que assim os agradavam e conseguiriam ajuda em suas vidas.
No Egito Antigo existiam diversos templos, que eram construídos em homenagem aos deuses. Cada cidade possuía um deus protetor.
Outra característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração.


Deuses Egípcios

Sol (principal deus da religião egípcia)

Ptah      
obras feitas em pedra
Toth             
sabedoria, conhecimento, representante da Lua

Seth      
tempestade, mal, desordem e violência
Anúbis
os mortos e o submundo

Sobek   
paciência, astúcia
Bastet
fertilidade, protetora das mulheres grávidas

Osíris    
vida após a morte, vegetação
Hathor             
amor, alegria, dança, vinho, festas

Ísis        
amor, magia
Hórus
céu

Tefnut  
nuvem e umidade
Khnum
criatividade, controlador das águas do rio Nilo

Chu
ar seco, luz do sol
Maet             
justiça e equilíbrio

Geb       
terra



Realizações intelectuais dos egípcios

I. Ciência

No campo das ciências os egípcios desenvolveram principalmente a aritmética, a astronomia e a medicina. A ciência procurava resolver problemas práticos, como controle das inundações, construção do sistema hidráulico, preparação da terra, combate as doenças etc. Preocupados com os fenômenos da natureza, os egípcios ao desenvolver a astronomia, criaram um calendário baseado no movimento do sol. Por esse calendário, o ano era dividido em 12 meses de 30 dias e mais 5 dias de festas, que eram adicionados no final para completar os 365 dias anuais.
Os egípcios pouco fizeram em outros campos científicos. Apesar de serem realizado façanhas de engenharia que rivalizam com a perícia da mecânica moderna, seus conhecimentos de física eram os mais rudimentares possíveis. Conheciam o princípio do plano inclinado, mas ignoravam a roldana e, provavelmente, também, o rolo. Embora fosse pequeno o seu conhecimento de química, ao menos deram o nome a essa ciência. Deve também ser consignado, em seu favor, um considerável progresso na metalurgia, a invenção do relógio de sol e do de água, o fabrico do papel e do vidro. Com todas as suas deficiências como cientistas puros, igualaram realmente os romanos nas realizações práticas e foram muito além dos hebreus e dos persas. 

II. Escrita e Literatura

Os egípcios desenvolveram sua primeira forma de escrita no período pré-dinástico. Esse sistema, conhecido como hieroglífico (termo derivado do grego, significando gravura sagrada), foi inicialmente composto de sinais pictográficos para designar objetos concretos. Gradualmente alguns desses sinais tomaram um sentido convencional e foram usados para representar conceitos abstratos. Outros caracteres foram introduzidos para designar sílabas separadas, que podiam ser combinadas para formar palavras. Finalmente foram adicionados, logo no início do Antigo Império, vinte e quatro símbolos, representando cada um deles um único fonema consonantal da voz humana. Assim o sistema hieroglífico de escrita, em época bem remota, veio a incluir três tipos separados de caracteres: pictográficos, silábicos e alfabéticos.

A literatura egípcia era em grande parte filosófica e religiosa. O primeiro tipo já foi discutido. Sem dúvida, os melhores representantes do segundo foram o Drama Menfítico, o Hino ao Rei-Sol, de Ikhnáton, e os hinos de devoção pessoal que sobreviveram do período do Novo Império. O Drama Menfítico, escrito por volta de 3.000 a.C., é um diálogo teológico no qual vários deuses discorrem sobre as doutrinas da religião solar. O objeto desse trabalho, aparentemente, era promover a adoração nacional do rei-sol Re. Seu tema predominante é a idéia que Re é o árbitro do destino humano, o autor do bem e o doador de vida ao "pacífico" e de morte "ao culpado". O Hino de Ikhnáton, composto pelo grande faraó reformador do século XIV a.C., é uma ode magnífica em louvor da majestade, da providência e da justiça de Áton, o "único deus perante o qual nenhum outro existe". Constitui a suprema expressão do conceito egípcio do monoteísmo universal.  


Vida social e econômica

Durante a maior parte da história do Egito a população esteve dividida em cinco classes: a família real; os sacerdotes; os nobres; a classe média dos escribas, mercadores, artífices e lavradores; e, por último, a classe dos servos. No Novo Império foi adicionada uma sexta classe - a dos soldados profissionais, que se situavam imediatamente abaixo dos nobres. Nesse período foram também capturados milhares de escravos, e estes, durante certo tempo, formaram uma sétima classe. Desprezados tanto pelos homens livres como pelos servos, eram forçados a trabalhar nas pedreiras do governo e nas terras pertencentes aos templos. Aos poucos, no entanto, foram sendo alistados no exército e até no serviço pessoal do faraó. Desse modo, deixaram de constituir uma classe separada. A posição relativa das várias classes da sociedade mudava de tempos em tempos. No Antigo Império, os nobres e os sacerdotes tinham a supremacia entre todos os súditos do faraó. No Médio Império, foi a vez da classe comum. Escribas, mercadores, artífices e servos rebelaram-se contra os nobres e arrebataram concessões do governo. É especialmente digno de nota o papel preponderante que mercadores e indústrias desempenharam nesse período. A fundação do império propriamente dito, acompanhada, como foi, pela extensão das funções administrativas, deu origem à ascendência de uma nova nobiliarquia, formada principalmente por burocratas. O poder dos sacerdotes também cresceu com o desenvolvimento da magia e da superstição. 




 As realizações egípcias e sua importância para nós

Poucas civilizações antigas soprepujam a egípcia em importância para o mundo moderno. Mesmo a influência dos hebreus não teve maior extensão. Da terra dos faraós vieram o germe e o estímulo de numerosas conquistas intelectuais dos tempos posteriores. A filosofia, a aritmética, a geometria, a astronomia, a escrita e a literatura tiveram seu marco inicial nessa época. Os egípcios desenvolveram, também, um dos mais antigos sistemas de jurisprudência e de teoria política. Aperfeiçoaram as conquistas práticas da irrigação e da engenharia, o fabrico de cerâmica, vidro e papel. Foram o primeiro povo a ter uma clara concepção da arte com fins outros que não os utilitários, e estabeleceram princípios arquitetônicos destinados a largo uso no futuro. Entre eles são notáveis a coluna, a colunata, o obelisco e o clerestório. De maior significação ainda foram as contribuições egípcias no campo da religião e da ética individual e social. Com exceção dos persas, os habitantes das margens do Nilo foram o único povo do mundo antigo a erigir uma religião nacional em torno da doutrina da imortalidade da alma. Tanto os sacerdotes como os sábios egípcios foram os primeiros a pregar o monoteísmo universal, a providência divina, o perdão dos pecados e as recompensas e punições depois da morte. A teoria ética egípcia foi a fonte na qual várias nações foram buscar suas normas de moralidade pessoal e social, pois ela compreendia não somente a condenação do assassínio, do furto e do adultério, mas incluía, também, elevadas concepções de justiça, de benevolência e da igualdade de todos os homens. Tão impressionante é o vulto das realizações egípcias que alguns historiadores, ardentes admiradores dessa cultura, chegaram à conclusão de que as civilizações posteriores se distinguiram principalmente pela sua falta de originalidade. De acordo com esse ponto de vista, os seres humanos nos últimos 3.000 anos pouco mais fizeram do que copiar e adaptar conhecimentos e descobertas herdadas do Egito. Pretende-se ter sido o vale do Nilo o nascedouro de cada instituição e crença Que veio ocupar posição de importância fundamental na cultura das épocas mais recentes. Vêem-se ali a fonte das doutrinas básicas de todas as grandes religiões do mundo, os princípios do direito e da moralidade, os fundamentos do progresso científico (as formas de organização econômica. Presenteados com uma herança tão rica, todos os povos subseqüentes seguiram o caminho do menor esforço e se contentaram em aplicar o que lhes foi transmitido pelo passado. Em última análise, tudo é explicado como sendo de origem egípcia. Embora seja essa interpretação claramente exagerada, pode prestar serviço prevenindo-nos contra uma possível subestima das contribuições duradouras da civilização egípcia. 

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