segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Idade Média




Fim do Império Romano Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias. Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares. Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em : Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média. O período foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ele teria se iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (476 d.C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (1453 d.C.). 

A era medieval pode também ser subdividida em períodos menores, num dos modos de classificação mais populares ela é separada em dois períodos: 

1. Alta Idade Média, que decorre do século V ao X; 
2. Baixa Idade Média, que se estende do século XI ao XV. 

Feudalismo

O feudalismo foi um modo de produção baseado nas relações servo-contratuais (servis) de produção. Tem suas origens na desintegração da escravidão romana. Predominou na Europa durante a Idade Média. Segundo o teórico escocês do iluminismo, Lorde Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e em certas zonas do mundo pode ser sucedido pelo capitalismo. Com a decadência e a destruição do Império Romano do Ocidente, por volta do século V d.C. (de 401 a 500), como conseqüência das inúmeras invasões dos povos bárbaros e das más políticas econômicas dos imperadores, várias regiões da Europa passaram a apresentar baixa densidade populacional e baixo desenvolvimento urbano. Isso ocorria devido às mortes provocadas pelas guerras, às doenças e à insegurança existentes logo após o fim do Império Romano. 

A partir do século V d.C., entra-se na chamada Idade Média, mas o sistema feudal (Feudalismo) somente passa a vigorar em alguns países da Europa Ocidental a partir do século IX d.C., aproximadamente. O esfacelamento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras em diversas regiões da Europa favoreceram sensivelmente as mudanças econômicas e sociais que vão sendo introduzidas, principalmente na Europa Ocidental, e que alteram completamente o sistema de propriedade e de produção característicos da Antigüidade. Essas mudanças acabam revelando um novo sistema econômico, político e social que veio a se chamar Feudalismo. O Feudalismo não coincide com o início da Idade Média (século V d.C.), porque esse sistema começa a ser delineado alguns séculos antes do início dessa etapa histórica (mais precisamente, durante o inicio do século IV), consolidando-se definitivamente ao término do Império Carolíngio, no século IX d.C. 

 Em suma, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os nobres romanos começaram a se afastar das cidades levando consigo camponeses(com medo de serem saqueados ou escravizados). Já na Idade Média, com vários povos bárbaros dominando a Europa Medieval, foi impossível unirem-se entre si e entre os descendentes de nobres romanos, que eram donos de pequenos agrupamentos de terra. E com as reformas culturais ocorridas nesse meio-tempo, começou a surgir à idéia de um nova economia: o feudalismo. 

A formação do feudalismo Europa Ocidental: Os germanos ocupam a Europa Ocidental e para lá levam seus hábitos, costumes e leis. O longo período entre os séculos V e IX é de transição entre o Antigo Escravismo e o Feudalismo. Nesse período, o comércio, já decadente desde a crise do Império Romano do Ocidente, declina ainda mais, em função dos ataques de sarracenos (árabes), magiares (húngaros) e vikings (nórdicos), naquilo que foi denominado de Novas Invasões. As cidades desaparecem ou reduzem suas atividades. Apenas as cidades italianas, como Veneza e Gênova, mantêm o comércio a longa distância através do mar Mediterrâneo. A economia é agrária, voltada para o consumo. A autoridade central esfacelou-se e, na mesma proporção, consolidou-se uma transferência de soberanias, privatizando-se forças militares locais e regionais, a instituição e arrecadação de tributos, a aplicação da justiça, etc. 

O Feudalismo vem da fusão de duas culturas: a Germânica e a Romana. O elemento principal da cultura Germânica era o Comitatus. O elemento principal da cultura Romana era o Colonato. Oriente: No Mediterrâneo oriental, o Império Romano do Oriente teve continuidade com o nome de Império Bizantino, que desenvolveu um intenso comércio e só desapareceu no século XV, quando sua capital, Constantinopla, foi ocupada pelos turcos. Surge também no Oriente um outro império, o Império Árabe, Muçulmano ou Islâmico, que tem sua origem na Arábia no século VII, e se expande para o Oriente, ocupando a Pérsia e a Síria, e para o Ocidente, ocupando o Egito e outros países do norte da África, chegando até a Península Ibérica, na Europa. O Império Árabe também desenvolveu intensa atividade comercial. Transformações da sociedade feudal (séculos XII e XIII) na Europa Ocidental: A Europa procura conquistar territórios no Oriente, por meio das Cruzadas. As antigas cidades européias começam a renascer. Desenvolve-se o comércio. A sociedade feudal começa a se transformar.

 A Sociedade feudal A sociedade feudal era composta por três estamentos (três grupos sociais com status fixo): os clérigos, os senhores feudais e os servos. * Os clérigos tinham como função oficial rezar. Na prática, exerciam grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecido. * Os senhores feudais (também chamados de nobres) tinham como principal função guerrear, além de exercer considerável poder político sob as demais classes. * Os servos, constituídos pela maior parte da população camponesa, presos a terra e sofrendo intensa exploração, eram obrigados a prestar serviços ao senhor e a pagarlhe diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. A produção dessa sociedade era de subsistência e marcada por pouca atividade comercial. 

 Essa descrição da vida feudal que retrata os servos invariavelmente como vítimas de uma vida miserável e opressiva é um bordão que vem sendo desafiado ou relativizado por estudos contemporâneos. Por exemplo: estudos indicam que os habitantes do norte da Europa que viveram na Alta Idade Média entre os anos 800 e 1100 tinham, em média, 173,4 centímetros de altura; ou seja, eram apenas 5 centímetros mais baixos que seus descendentes de hoje. Esses nórdicos medievais também eram significativamente mais altos do que os que viveram, por exemplo, durante a Revolução Industrial quando a altura média era de 169 centímetros. A altura média de uma população é considerada um forte indicador de sua saúde e qualidade de vida [1]. 

As principais obrigações servis consistiam em: * Corvéia: trabalho gratuito nas terras do senhor em alguns dias da semana; * Talha: porcentagem da produção das tenências; * Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes; * Capitação: imposto pago por cada membro da família servil (por cabeça); * Tostão de Pedro ou dízimo: imposto10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local; * Censo: tributo que os vilões deviam pagar, em dinheiro, para o senhor feudal; * Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do senhor feudal; * Taxa de casamento: quando o senhor feudal resolvia se casar , todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, era também valida para quando um parente do senhor feudal iria casar. * Mão Morta: Era o pagamento de uma taxa para a permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai da família. 

Muitas cidades européias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do predomínio dos senhores feudais. Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os "burgueses" (habitantes dos burgos) recebiam freqüentemente o apoio dos reis, que muitas vezes estavam em conflito com os senhores feudais. Na língua alemã, o ditado Stadtluft macht frei ("O ar da cidade liberta") ilustra este fenômeno. Em Bruges, por exemplo, conta-se que uma certa vez um servo escapou da comitiva do conde de Flandres e fugiu por entre a multidão. Ao tentar reagir e ordenar que perseguissem o fugitivo, o conde foi vaiado pelos "burgueses" e obrigado a sair da cidade, em defesa do servo, que se tornou livre deste modo. * Terra: a)Reserva senhorial (ou manso senhorial) --- lugar onde ficavam os castelos e os domínios em uso pelo senhor feudal. b)Manso servil --- lugar cedido para o servo. c)Bosques e florestas (ou manso comum) --- eram destinados para a caça (nobres) e era aí que os servos colhiam frutas, cortavam lenha e levavam seus animais para pastar. Poder ideológico-igreja católica e controle da sociedade pela religião. A igreja foi à única instituição que manteve-se forte após a queda do Império Romano 

 Economia e propriedade 

O modo de produção feudal próprio do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de escassa circulação monetária, auto-suficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja (o clero) e longínquos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao mínimo de subsistência. A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes distintas: a propriedade individual do senhor, chamada manso senhorial ou domínio, no interior da qual se eregia um castelo fortificado; o manso servil, que correspondia à porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes denominados tenências; e ainda o manso comunal, constituído por terras coletivas –-- pastos e bosques --- , usadas tanto pelo senhor quanto pelos servos. 

Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a aumentar a produção com inovações tecnológicas --– porém não para si, mas para o senhor. Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A principal técnica adotada foi à agricultura dos três campos, que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra. Ascensão e queda do sistema O feudalismo europeu apresenta, portanto, fases bem diversas entre o século IX, quando os pequenos agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos, e o século XIII, quando o mundo feudal conhece seu apogeu, para declinar a seguir. No século X, o sistema ainda está em formação e os laços feudais unem apenas os proprietários rurais e os antigos altos funcionários Carolíngios. Entre os camponeses ainda há numerosos grupos livres, com propriedades independentes. A hierarquia social não apresenta a rigidez que a caracterizaria posteriormente, e a ética feudal não está plenamente estabelecida. 

Entretanto, a partir do ano 1000, até cerca de 1150, o Feudalismo entra em ascensão. O sistema define seus elementos básicos. A exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas, deixando áreas extensas de espaços vazios. Surgem novas técnicas de cultivo, novas formas de utilização dos animais e das carroças. Porém, a partir do século XI, também há um renascimento do comércio e um aumento da circulação monetária, o que valoriza a importância social das cidades e suas comunas. E, com as Cruzadas, esboça-se uma abertura para o mundo, quebrando-se o isolamento do feudo. Com o restabelecimento do comércio com o Oriente próximo e o desenvolvimento das grandes cidades, começam a ser minadas as bases da organização feudal, na medida em que aumenta a demanda de produtos agrícolas para o abastecimento da população urbana. Isso eleva o preço dessas mercadorias, permitindo aos camponeses maiores fundos para a compra de sua liberdade. Ao mesmo tempo, a expansão do comércio e da indústria cria novas oportunidades de trabalho, atraindo os servos para as cidades. Esses acontecimentos, aliados à formação dos exércitos profissionais, à insurreição camponesa, contribuíram para o declínio do feudalismo europeu. Na França, nos Países Baixos e na Itália, seu desaparecimento começa a se manifestar no final do século XIII. Na Alemanha e na Inglaterra, entretanto, ele ainda permanece mais tempo, extinguindo-se totalmente na Europa ocidental por volta de 1500. Em partes da Europa central e oriental, porém, alguns remanescentes resistem até meados do século XIX. 


Império Bizantino

 Império Bizantino ou Reinado Bizantino, inicialmente conhecido como Império Romano do Oriente ou Reinado Romano do Oriente, sucedeu o Império Romano (cerca de 395) como o império e reinado dominante do Mar Mediterrâneo. Sob Justiniano, considerado o último grande imperador romano, dominava áreas no atual Marrocos, Cartago, sul da França e da Itália, bem como suas ilhas, Península Balcânica, Anatólia, Egito, Oriente Próximo e a Península da Criméia, no Mar Negro. Sob a perspectiva ocidental, não é errado inserir o Império Bizantino no estudo da Idade Média, mas, a rigor, ele viveu uma extensão da Idade Antiga. Os historiadores especializados em Bizâncio em geral concordam que seu apogeu se deu com o grande imperador da dinastia Macedônica, Basílio II Bulgaroctonos (MataBúlgaros), no início do século IX. A sua regressão territorial gradual delineou a história da Europa medieval, e sua queda, em 1453, frente aos turcos otomanos, marcou o fim da Idade Média. 

O embrião do Império Bizantino surgiu quando o imperador romano Constantino decidiu construir sobre a antiga cidade grega de Bizâncio uma nova capital para o Império Romano, mais próxima às rotas comerciais que ligavam o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, e a Europa à Ásia. Além disso, havia muito os imperadores de Roma já não mais usavam esta cidade como capital, por ser muito distante das fronteiras. Em geral, eles tendiam a escolher Milão, mas as fronteiras que estavam em perigo na época de Constantino eram as da Pérsia ao Leste e as do Danúbio ao norte, muito mais próximas da região dos estreitos. A nova capital, batizada de Constantinopla, unia a organização urbana de Roma à arquitetura e arte gregas, com claras influências orientais. É uma cidade estrategicamente muito bem localizada, e sua resistência a dezenas de cercos prova a boa escolha de Constantino. 

Em pouco tempo, a cidade renovada tornar-se-ia uma das mais movimentadas e cosmopolitas de sua época. Sua religião, língua e cultura eram essencialmente gregas, e não romanas, mas para os bizantinos a palavra grego significava, de maneira injuriosa, pagão. Os persas e os árabes também chamavam os bizantinos de romanos. A palavra bizantino vem de Bizâncio, o antigo nome da capital bizantina, Constantinopla. Este termo bizantino começou a ser utilizado somente depois do século XVII, quando os historiadores o criaram para fazer uma distinção entre o império da Idade Média e o da Antiguidade. Evolução O Império Bizantino, 1265. The Historical Atlas, William R. Shepherd, 1911. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer Nos séculos III, IV e V, o Império Romano viveu uma desastrosa crise em suas estruturas. Nesse período, ocorreu um notável processo de concentração de terras no Oriente, em que os pequenos proprietários confiavam seus lotes à proteção de latifundiários, muitos dos quais, em função do prestígio, passavam a ocupar importantes cargos do governo. Já se destacava a estabilidade do Império no Oriente, o que levou Constantino a ordenar, em 324, a construção de uma nova cidade no lado europeu do Bósforo. A cidade foi erguida no local da antiga Bizâncio, colônia fundada por gregos de Mégara em 657 a.C. Consagrada à Virgem Maria, foi inaugurada com o nome de Constantinopla, em 330. Constantinopla tinha uma posição privilegiada. Entre os mares de Mármara, Negro e Egeu, constituiu, ao longo de sua história, um verdadeiro entreposto comercial entre o Ocidente e o Oriente. Dinastias latinas Nesse período, os imperadores buscaram combater o helenismo, predominando as instituições latinas. O latim também foi mantido como língua oficial. De 395 a 457, estendeu-se à dinastia Teodosiana, cujo primeiro imperador foi Arcádio, responsável pela expulsão dos visigodos no final do século IV. Destacou-se também o cerco de Átila, o Huno, afastado, em 443, por meio do pagamento de um resgate de seis mil libras de ouro. De 457 a 518, estendeu-se à dinastia Leonina que foi deposta em 477 mais somente o Imperador Basilisco ou (Bizâncio) e foi restaurada em 491 por Anastácio I um de seus herdeiros, na qual destacou-se, em 488, o acordo de combate aos hérulos levado a efeito entre o imperador Zenão e o rei dos ostrogodos, Teodorico. A mais importante dinastia latina foi a Justiniana (518-610). Nela, o imperador Justiniano (527-565) buscou restaurar e dispor sob sua inteira autoridade a vastidão típica do Império dos Antoninos (96-192). 

Em 534, sob o comando do general Belizário, o exército de Justiniano conquistou o Reino dos Vândalos. Em 554, na Itália, o Império abraçava também o Reino dos Ostrogodos. Para a posteridade, porém, o maior legado desse período foi o Corpus Juris Civilis, base, ainda hoje, da maioria dos códigos legislativos do mundo. O Corpus Juris Civilis era dividido em quatro partes: o Código Justiniano - compilação de todas as leis romanas desde Adriano (117-138) -, o Digesto ou Pandectas - reunião de trabalhos de jurisprudência de grandes juristas -, as Institutas - espécie de manual que facilitava o uso do Código ou do Digesto -, e as Novelas ou Autênticas - novas leis decretadas por Justiniano e seus sucessores. Justiniano ordenou também a construção da Basílica de Santa Sofia, com estilo arquitetônico próprio, o qual convencionou-se chamar de estilo bizantino. No século VI, para combater a heresia do nestorianismo, o Patriarca de Alexandria, Dióscoro, desenvolveu o monofisismo, formulação teológica também condenada pela Igreja Católica e muito ligada a ideais de emancipação política no Egito e na Síria. Desencadearam-se então movimentos de perseguição aos monofisistas, protegidos, no entanto, pela esposa de Justiniano, a atriz Teodora. Buscando manter a unidade do Império, Justiniano desenvolveu a heresia do monotelismo, uma tentativa de conciliação entre o monofisismo e o nestorianismo. 

O cesaropapismo de Justiniano, que inclusive muito marcou o Império Bizantino, gerava distúrbios na ordem e insatisfação da população, já indignada com a cobrança abusiva de impostos. Em 532, estourava a Revolta de Nika, sufocada completamente pelo general Belisário após oito dias. Justiniano ainda se viu às voltas com terremotos, fome e a grande peste de 544. Após sua morte, os lombardos, até então estabelecidos na Panônia como aliados, invadiram, em 568, a Itália setentrional. Os bizantinos mantiveram ainda o Exarcado de Ravena, os ducados de Roma e Nápoles, a Ístria, a Itália Meridional e a Sicília. Os Justinianos ainda enfrentaram as investidas do Império Persa Sassânida, no Oriente, e dos ávaros, no norte. Para tanto, deixaram para segundo plano a proteção dos territórios conquistados na Espanha, no norte da África e na Itália, o que facilitou a posterior fixação, nestas regiões, dos maometanos e dos Estados da Igreja. Dinastias Julio-Claudiana De 477 a 491, a dinastia Julio-Claudiana-Sarzi, Nero I codinome o Verdadeiro, depois a dinastia de Leonina com a morte do Imperador Basilisco e com o pretexto de que foi proclamado rei pelo povo e abençoado pelos deuses, se tornou rei, mas foi deposto por Anastácio I, não foi exilado por ter usado o pretexto de que foi abençoado por Deus, e por ser da Casa de Sarzi a casa da família mais rica do Império Romano e Bizantino etc; com uma fortuna de 3 milhões de libras. Dinastias Gregas As três dinastias gregas constituíram uma fase obscura do Império Bizantino. Coube a Heráclito (610-641), primeiro imperador da dinastia Heráclida (610-717), restaurar o Império. Quando ele subiu ao trono, os Persas estavam na ofensiva, e já haviam ocupado boa parte da Ásia Menor, Síria, Palestina e Egito. Haviam inclusive roubado as relíquias da Vera Cruz de Jerusalém, e atravessaram a Anatólia para se estabelecerem Crisópolis, em frente da capital imperial. 

O novo Imperador reorganizou o exército e apresentou o combate aos Persas como uma cruzada, para recuperar a Santa Cruz das mãos pagãs. Em 628, atacou os persas no coração de suas terras e venceu, recuperando a Santa Cruz de Ctesifonte. O Império Sassânida foi finalmente detido, e o Império Bizantino pôde então recuperar o Egito, a Síria e a Palestina. Mas não tardaram em perdê-los, desta vez para os muçulmanos, que se expandiam desde 622, sob Maomé. Em 636, perderam Damasco, e, com ela, toda a Síria. Em 642, perderam também o Egito. No califado de Omar (634-644), perderam ainda várias regiões da Palestina. O reinado de Heráclito ainda foi marcado pela troca do latim pelo grego como língua oficial, e o título do Imperador passou a ser Basileu (Rei, em grego), em vez de Imperator. Com a finalidade de proteger seu Império dos ataques islâmicos, além dos búlgaros e eslavos, Leão III (717-741), primeiro imperador da dinastia Isáuria (717-820 substituiu as províncias pelos Temas, circunscrições militares chefiada cada qual por um estrátego, subordinado diretamente a Constantinopla e sempre um general altamente graduado. A ele cabia a suprema administração civil, judicial, militar e financeira de seu Tema. Essa nova organização desencadearia posteriormente um crescimento exacerbado dos poderes locais, constituindo inclusive um dos fatores da derrocada do Império. Leão III também estabeleceu, em 730, o iconoclasmo, recrudescido no governo de seu filho, Constantino V (741-775). As querelas do iconoclasmo geraram verdadeiras guerras civis, que só arrefeceram no final da dinastia Amória (820-867) e na dinastia Macedônia (867-1056). A dinastia Macedônia (867-1056) Na dinastia Macedônia, deu-se a segunda fase de apogeu do Império. Especiarias, seda, pedras preciosas, além de variados vasos chineses não chegavam à Itália sem antes passar por Constantinopla. 

Notável foi também à influência cultural que Bizâncio  exerceu sobre o Ocidente, já sentida sob Carlos Magno, quando construiu, na França, diversas igrejas em estilo bizantino. Os Macedônios ainda conquistaram a Sicília e algumas ilhas do Mediterrâneo oriental, como Creta e Rodes, além de terem finalmente batido os búlgaros no nordeste dos Bálcãs. Para conter o fortalecimento dos poderes locais, foi organizado um novo código legislativo: a Basílica, que combatia inclusive a tomada das pequenas propriedades por parte dos latifundiários. No entanto, o poder central continuou a enfraquecer nos séculos seguintes. A derrocada Com a queda da dinastia Macedônia, iniciou-se um período difícil, marcado por agitações militares. De 1059 a 1081, estendeu-se à dinastia dos Ducas. Em 1081, Aleixo Comneno tornouse imperador, dando início à dinastia dos Comnenos (1081-1185), marcada pela invasão dos sérvios e petchenegues, nos Bálcãs, dos seldjúcidas, no Oriente, e dos normandos, que ocuparam a Sicília. Constantinopla chamou em auxílio então os venezianos, que, após combaterem os normandos nos Bálcãs, ocuparam Creta e outras ilhas do Egeu, além de terem obtido isenções alfandegárias junto a Constantinopla. Tais privilégios fiscais arruinavam as finanças do Império. Então os Ângelos (1185- 1204) os anularam. Em retaliação, os venezianos empurraram a Quarta Cruzada para Constantinopla. A sede do Império foi então trasladada para Nicéia. Nesse período, várias províncias se desligaram, algumas por sublevações e outras conquistadas por Estados estrangeiros. Assim surgiu o Estado de Trebizonda, que se manteve independente até 1461. Na dinastia dos Lascáridas (1204-1258), Constantinopla reconquistou a Trácia e várias regiões da Macedônia, do Épiro e da Tessália. No entanto Constantinopla só foi reconquistada em 25 de julho de 1261, na dinastia dos Paleólogos (1258-1453), com o apoio dos genoveses. Assim, venezianos e genovesas entravam e saíam de Constantinopla sem pagar nada, o que contribuiu imensamente para o enfraquecimento do Império. 

A crise aumentava com as constantes lutas intestinas, geradas pelo fortalecimento dos poderes locais frente ao poder central e pelos conflitos religiosos. Em 1453, o Império Bizantino caía sob o ataque dos turcos otomanos. Apogeu Contudo, o Império sobreviveu, graças aos disciplinados exércitos, ao emprego do fogo grego nas batalhas marítimas e a bons imperadores e generais. Entre os séculos VII e IX desenvolveu-se o movimento iconoclasta, que condenava o culto das imagens. Vários imperadores iconoclastas enfrentaram problemas internos, resultantes de uma população que não aderia ao movimento religioso. Já contra os Árabes, os imperadores deste tempo conseguiram manter seus territórios e se defender relativamente bem contra os inimigos. Em 867 sobe ao trono Basílio I, dando início à Dinastia Macedônica, que levaria o Império ao auge. Muitas vitórias foram obtidas frente aos Árabes, Eslavos, Búlgaros. Basílio II, que governou de 976 a 1025, iria completar a expansão do Império. Ele prejudicou os grandes proprietários rurais em favor dos camponeses e venceu de uma vez por todas a Bulgária, incorporando-a ao Império e recebendo a fama de Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros). Vence os Normandos em Canas e restabelece a autoridade imperial na Apúlia. A maré de sorte do Império, entretanto, parecia ter acabado. 

O imperador Romano Diógenes IV foi vencido e capturado pelos turcos seljuques em Manzikert. Essa batalha  marca a desintegração do sistema defensivo que durante séculos protegeu a Ásia Menor e a entrada dos turcos na península anatólica. Com isso o Império perde até um terço de sua população e recursos. Por mais que a dinastia subseqüente, aquela dos Comneni, tente recuperar o Império, ataques do ocidente e do norte e a própria sorte dos imperadores impede isso. A Itália estava definitivamente perdida. O declínio do Império veio acompanhado de uma subserviência comercial aos interesses ora de Veneza (com a qual o próprio Basílio II assinou um tratado), ora de Gênova, até que finalmente Veneza desvia a IV Cruzada para Constantinopla, que cai frente aos cruzados em 1204. Declínio Três Estados com governantes bizantinos surgiram depois da primeira "queda" de Constantinopla: * O Império de Nicéia * O despotado do Épiro * O Império de Trebizonda Destes, é o Império de Nicéia que é considerado o verdadeiro sucessor. Governado por imperadores fortes e bons, se tornou à primeira potência territorial na Ásia Menor. A agricultura se desenvolveu, assim como o comércio, e várias cidades na Europa foram recuperadas. Os Paleólogos faltando com o seu juramento de lealdade assassinaram o legítimo imperador e depuseram a dinastia dos Vatatzes-Laskaris, esta dinastia ainda hoje existe sendo representada por Sua Alteza Dona Maria José Barbara. Miguel VIII Paleólogo fez uma aliança com Gênova (desnecessária) e conseguiu reconquistar a antiga capital do Império Bizantino no dia 25 de julho de 1261. 

Contudo a dinastia dos Paleólogos não conseguiu recuperar a antiga glória imperial. A retirada de tropas da Ásia para a defesa e reconquista da Europa abriu caminho para os vários emirados turcos, inclusive aquele dos Otomanos, se instalarem em antigos territórios do Império de Nicéia. Sem os territórios asiáticos e com a colonização comercial de Veneza e Gênova, o destino do Império estava selado. Especialmente prejudicial era colônia genovesa de Pera, que, instalada de frente a Constantinopla, do outro lado do Chifre de Ouro, dominava o comércio local, importante para os bizantinos. Apesar de várias tentativas de obter apoio ocidental, culminando com a promessa de união entre as Igrejas de Roma e de Constantinopla, no Concílio de Ferrara/Florença, poucos foram os resultados. A cruzada pregada pelo papado para o resgate da Nova Roma foi vencida pelos otomanos. A viagem do imperador João VIII ao Ocidente não rendeu frutos, apesar dele ter sido muito bem tratado nos reinos ocidentais. Consequências A queda de Constantinopla significou a perda de um posto estratégico do cristianismo que assegurava o acesso de comerciantes europeus em direção às rotas comerciais para a Índia e a China, sobretudo comerciantes venezianos e genoveses. Com a dominação turca, a rota entre o Mediterrâneo e o Mar Negro ficou, senão bloqueada aos navios cristãos, ao menos dificultada. Isto impulsionou uma corrida naval em busca de uma rota em direção à Índia através do Oceano Atlântico, contornando a África. Espanha e Portugal rapidamente tiraram vantagem de sua posição geográfica para dominar as novas rotas. 

No final do século XV, financiado pelos reis de Espanha, Cristóvão Colombo partiu para uma ousada tentativa de alcançar a Ásia em uma nova rota através do oceano, para oeste, descobrindo um novo continente, a América, descortinando um novo mundo para os europeus. Se por um lado significou um novo mundo para os europeus, este mesmo processo de fechamento do comércio por meio do mar mediterrâneo, no qual turco-otomanos (árabes) impediram o avanço europeu, fez com que toda região balcânica se tornasse mais dependente ainda da produção individual, juntamente com a península itálica. Portanto, esse é um dos fatores que impulsionaram o feudalismo. Tão óbvia é essa afirmação pois se os árabes se tornaram grandes comerciantes por interligarem o extremo oriente ao contexto do ocidente europeu por meio das rotas da seda, e baseando-se no fato de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, essa região só poderia compreender ao Império Bizantino, pois este só conseguiu sobreviver durante as invasões bárbaras por terem um comércio forte, o qual foi à base do renascimento comercial e urbano. 

Fonte: http://www.colegioacademia.com.br/admin/professores/arquivos_upl/7_aulas_34.pdf



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